Crédito: Fotos Jeferson Prado

Um plano de negócio para impulsionar a Rede de Sementes do Xingu no mercado de restauração florestal

A Agroicone coordena, com apoio técnico e financeiro do Partnerships for Forests (P4F), a implementação de um plano de negócio para a Associação Rede de Sementes do Xingu (ARSX), que tem objetivo de fortalecer e expandir a organização. Com forte base social e atuação reconhecida na conservação ambiental e restauração ecológica, a ARSX quer ganhar autonomia financeira por meio de ampliação das vendas, novos serviços e melhoria da gestão. Considerando essa visão, o plano de negócios contempla um ações nos quatro eixos abaixo.

1) Estratégia de marketing e vendas

A Agroicone trabalha junto com uma consultoria especializada em marketing e vendas para identificar os mercados de atuação da ARSX e os públicos de interesse de seus produtos. Serão identificados os recursos de marketing e vendas adequados para alavancar a marca e seus resultados comerciais.

2) Gestão financeira e processos administrativos

Contratação de profissional com perfil administrativo-financeiro para trabalhar na organização, visando melhoria dos processos e maior eficiência operacional. Entre suas atribuições está a organização financeira e a implementação de processos de controle, tais como custos, contratos com fornecedores e clientes, e receitas.

3) Consolidação da equipe

Além da contratação para a área financeira, também foi contratado profissional da área de vendas com formação e experiência na área de restauração, com a responsabilidade de comercializar sementes nativas e serviços de restauração florestal. As duas contratações contribuem para aprimorar os processos de gestão da ARSX, que passa a contar com profissionais focados em resultados específicos.

4) Estrutura de governança

A ARSX tem desafios e particularidades nas estruturas de tomadas de decisão por ter sido criada pelo Instituto Socioambiental (ISA) junto com outras organizações sociais, além de ter como base centenas de coletores dispersos fisicamente em um grande território. Estão sendo feitas facilitações nas reuniões do comitê diretivo e proposição de melhorias no seu funcionamento. O conselho curador da ARSX, formado por seus membros-parceiros – organizações que atuaram na sua formação – também participarão do processo para garantir alinhamento com os objetivos de independência e sustentabilidade financeira.

Um modelo a ser replicado

Rosiveth Marques Martins, coletora da ARSX.

A Associação Rede de Sementes do Xingu é a principal rede de sementes do Brasil, fundada em 2007 para atender a necessidade de sementes para a restauração de ecossistemas degradados de projetos do ISA nas cabeceiras do Xingu. Atualmente ela reúne 560 coletores. Em 13 anos, a organização produziu 245 toneladas de sementes de 200 espécies nativas, que foram utilizadas para recuperar 6,6 mil hectares de áreas nos biomas Amazônia e Cerrado.

Com uma grande experiência adquirida com o método da semeadura direta, a organização adquiriu importância no cenário de restauração. “A ARSX tem sido uma referência para outras redes de sementes e por isso a nossa aposta é que esse plano de negócio vai posicionar a organização com um negócio rentável e que o modelo poderá ser replicado para outras organizações. Isso vai remover uma importante barreira para semeadura direta em larga escala, que é a disponibilidade adequada de sementes nativas”, afirma Laura Antoniazzi, sócia da Agroicone que acompanha o projeto.

Conheça também: Iniciativa Caminhos da Semente visa disseminar e alavancar a adoção da semeadura direta como técnica de restauração no Brasil

 

 

Compartilhe: