SiAMA capacita agricultores familiares em comercialização de produtos da agrofloresta

Em conteúdo inédito, curso EaD destacou potencial dos sistemas agroflorestais (SAFs) como sistema de produção agrícola que gera renda e restaura paisagens por meio da comercialização de produtos com valor agregado

O SIAMA (Sistemas Agroflorestais na Mata Atlântica), programa realizado pela Agroicone, promoveu durante o mês de maio o curso introdutório “Comercialização de produtos da agrofloresta”. A iniciativa foi aplicada em formato EaD (ensino à distância) e capacitou 227 pessoas de diferentes regiões do Brasil, em sua maioria agricultores familiares interessados em aprender formas de impulsionar as vendas de sua produção agroflorestal.

Com carga horária total de 9 horas, o curso contemplou 3 módulos – “Oportunidades para comercialização de produtos da agrofloresta”, “Estratégias e canais de comercialização” e “Gestão de vendas” –, um encontro virtual para esclarecimento de dúvidas, sessões de interação entre os participantes por meio de um grupo no WhatsApp e a leitura da apostila complementar, publicação que inclui materiais de referências e recomendações de ferramentas de gestão de vendas e sites de utilidade pública.

“Muitos agricultores dominam as técnicas de cultivo, mas enfrentam dificuldade na hora de comercializar o que produzem em suas agroflorestas. Um dos motivos são as especificidades de um sistema agroflorestal (SAF), que possui uma ampla diversidade de espécies cultivadas, bem diferente do modelo tradicional de monocultura. Ainda que introdutório, este curso possui um tema inédito e muito necessário, pois os produtos agroflorestais têm grande valor agregado, mas ainda são pouco conhecidos pelo consumidor”, afirmou a apresentadora do curso Laura Antoniazzi, que também é sócia e pesquisadora sênior da Agroicone.

“Já fiz muitos cursos sobre temas relacionados (à agrofloresta) e dificilmente acontece tanta interação entre os participantes, fiquei muito surpreso. Também achei muito bom o conteúdo ser introdutório, pois não tem nada pior do que você querer aprender sobre um tema e chegar num curso onde a turma é muito técnica ou avançada. Quem não tem tanto conhecimento acaba ficando deslocado e se desmotiva facilmente”, contou o participante Daniel Bernardinelli, técnico ambiental e diretor criativo.

Para o agricultor familiar Pedro Fischer, o curso foi muito enriquecedor por apresentar ações necessárias para a comercialização organizada dos produtos, indicando ainda alternativas de geração de renda benéficas para o meio ambiente: “As aulas e as trocas de experiências trouxeram exemplos práticos de beneficiamento de produtos e até outras formas de gerar renda como o mercado de carbono e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Mais valioso ainda é vislumbrar uma rede de agrofloresta na Mata Atlântica que traga renda e segurança para os agricultores que buscam a regeneração deste bioma”.

Um dos pontos de destaque do curso foi a realização de um encontro virtual durante o qual os participantes puderam esclarecer suas dúvidas sobre o conteúdo com representantes da Agroicone. Cerca de 80 pessoas participaram do encontro, que contou ainda com a realização de um exercício prático sobre precificação de produtos e um depoimento da produtora rural Nara Rodrigues, fundadora da marca de chocolates artesanais Mimos da Mata.

O curso deve ser lançado para o público geral nas próximas semanas em uma plataforma digital onde também estarão disponíveis uma apostila complementar para download e avaliações de aprendizagem sobre cada um dos módulos. A iniciativa faz parte do pilar de capacitações do SiAMA, que busca promover o conhecimento técnico sobre agroflorestas por meio de cursos, oficinas práticas e teóricas e a implantação de unidades demonstrativas de agroflorestas em regiões da Mata Atlântica.

Financiado atualmente pelo fundo britânico UK PACT (Partnering for Accelerated Climate Transitions), o programa também realiza ações com foco em mercados e governança, sendo executado pela Agroicone em parceria com a Iniciativa Verde e o Movimento de Defesa de Porto Seguro (MDPS).

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