Iniciativa Caminhos da Semente visa disseminar e alavancar a adoção da semeadura direta como técnica de restauração no Brasil

A semeadura direta é uma técnica de restauração florestal de baixo custo e alta eficácia para a restauração florestal. Ela emprega uma mistura de sementes específicas de cada bioma e fitofisionomia juntamente com espécies de adubação verde em plantios manuais, semimecanizados ou mecanizados. Apesar dos benefícios, a técnica da semeadura direta ainda não tem sido utilizada em larga escala nos programas de recomposição no país. Entre as razões, podemos destacar o fato de que ela é menos conhecida entre produtores e técnicos, além de ter menor apoio científico e suporte legal.

Nesse contexto, a Iniciativa Caminhos da Semente pretende ampliar a adoção da semeadura direta como técnica efetiva para projetos de recuperação de vegetação nativa no Brasil. A meta da Iniciativa é triplicar a área de restauração com o uso da semeadura direta a partir de 2020 – de 700 hectares por ano para 2.100 hectares por ano. Esse trabalho se dará por meio de duas fases distintas. A primeira, iniciada em fevereiro de 2019 e com término em julho, visa criar um plano de ação a ser implementado na segunda fase, de agosto de 2019 até final de 2020. Apesar de ter alcance nacional, o foco da Iniciativa são os estados de Mato Grosso e São Paulo, com lições a serem geradas também para o cenário internacional.

A Caminhos da Semente iniciou suas atividades com o levantamento detalhado das principais dificuldades e barreiras para uso e expansão da semeadura direta a partir de entrevistas com especialistas e profissionais que atuam em órgãos públicos, empresas e universidades, além de revisão de literatura. A iniciativa envolve o acompanhamento de um Comitê de Especialistas com representantes da academia, governo, setor privado e sociedade civil organizada. No início de abril, o grupo que compõe a Iniciativa reuniu-se pela primeira vez em um workshop para definição das barreiras técnicas, regulatórias e econômicas a serem priorizadas. Vão compor o Plano de Ação as barreiras analisadas e ações específicas para superá-las.

“A capacitação técnica de estudantes, técnicos que prestam serviço na área e analistas de órgãos ambientais é uma frente importante de trabalho, que deverá ser acompanhada da implantação de unidades demonstrativas em várias regiões do país. O produtor rural e o técnico agrícola e ambiental precisam ver a semeadura direta em campo para se convencer dos seus benefícios”, afirma Laura Antoniazzi, sócia da Agroicone que coordena a Iniciativa Caminhos da Semente.

A Iniciativa é coordenada e executada pela Agroicone, com parceria técnica do ISA (Instituto Socioambiental) e apoio técnico e financeiro do Partnerships For Forests, programa do governo do Reino Unido que busca catalisar projetos e negócios sustentáveis em uso do solo.

Saiba mais no site da Iniciativa Caminhos da Semente.

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