Agroicone lança guia sobre árvores nativas com valor econômico

São Paulo, 16 de fevereiro de 2016 – Colocar em debate os ganhos econômicos com o plantio de árvores no Brasil não é apenas urgente por questões legais, mas fundamental para a conservação da biodiversidade brasileira. Por essa razão, a Agroicone, especializada em estudos e pesquisas aplicadas para agricultura, energia e sustentabilidade, por meio do projeto INPUT (Iniciativa Para o Uso da Terra), lança o “Guia de Árvores com Valor Econômico”, de autoria do biólogo Eduardo Malta Campos Filho e do engenheiro florestal Paolo Alessandro Rodrigues Sartorelli, sob coordenação de Arnaldo Carneiro Filho, diretor de Gestão Territorial Inteligente da Agroicone.

O guia reúne e apresenta, de maneira sintética, o estado da arte sobre plantio, desenvolvimento, produção, qualidade, prazo e valor de mercado de diferentes produtos florestais de 109 árvores nativas do Cerrado e da Mata Atlântica, que já são atualmente matéria-prima para diversas indústrias (madeireira, farmacêutica, cosmética, dentre outras), sendo que algumas árvores podem oferecer mais de um produto, para diferentes indústrias, ao longo de sua vida, como madeiras, frutas, óleos e sementes. “O Abiu, ou Guapeva, por exemplo, é uma espécie que permite o aproveitamento econômico de seus frutos e de sua madeira”, explica Sartorelli.

São descritos também os locais onde as espécies crescem naturalmente: as condições de umidade, temperatura, altitude, solo, etc. Muitas destas árvores têm forte interação com a fauna nativa, atraindo, alimentando e abrigando diversos tipos de animais silvestres. “Contudo, não foi fácil selecionar essas 109 espécies, pois a riqueza da flora arbórea nativa da Mata Atlântica e do Cerrado, com aproveitamento econômico, é bem maior do que a fração representada neste guia”, afirma Campos Filho.

O plantio de árvores é hoje uma obrigação legal de muitos proprietários rurais. O Código Florestal define a porção de florestas que cada propriedade rural deve conter, segundo o tamanho da área e bioma onde está localizada – os tamanhos das reservas são de 80% em áreas de florestas da Amazônia Legal, 35% no Cerrado, 20% em campos gerais, e 20% em todos os biomas das demais regiões do Brasil. Em 2012, foi instituído também o CAR (Cadastro Ambiental Rural) em nível nacional, um sistema online que auxilia o proprietário rural a planejar onde e quanto de sua propriedade deve ser coberta por florestas ou outro tipo de vegetação nativa.

Portanto, a situação legal, ambiental e econômica recente está gerando um potencial de área a reflorestar capaz de consolidar cadeias produtivas, viabilizar economias e gerar ganhos de escala.  “Leis e demandas de mercado permitirão alavancar uma nova economia florestal, que se bem desenhada na paisagem, otimizarão as funções econômica e ecológica. O Brasil começa a dar sinais de caminhar para um ciclo mais virtuoso, conciliando expansão da agricultura, conservação e recuperação de seu patrimônio natural”, defende Arnaldo Carneiro Filho, diretor da Agroicone.

A Iniciativa para o Uso da Terra – INPUT é um projeto desenvolvido pela Agroicone e pelo  Climate Policy Initiative (CPI), organizações com forte expertise em análises econômicas, construção de cenários e estudos de impacto de sustentabilidade e regularização ambiental. O projeto tem como principal objetivo promover a implementação do Código Florestal em larga escala e incentivar políticas públicas inteligentes. Neste projeto, a Agroicone é responsável por gerar informações sobre as alternativas para restauração de vegetação nativa, bem como da compensação de áreas de Reserva Legal e engajar o setor privado para discutir os desafios da regularização e criar soluções setoriais que permitam a adequação em larga escala.

A versão digital do Guia de Árvores com Valor Econômico pode ser baixada neste link. 

Fotos do lançamento: https://goo.gl/s0o2xE

Para saber mais sobre o INPUT, acesse: http://www.inputbrasil.org/

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