Pará 2030 – Suporte para cadeias agrícolas é trunfo para desenvolvimento verde do Pará

O Pará está engajado em planejar e criar condições para desenvolver o Estado, com a meta de igualar seu PIB per capita com o nacional e gerar 3 milhões de empregos até 2030. Ainda mais importante é que o Pará mira em um desenvolvimento verde, o que faz todo sentido considerando que seu imenso território está no coração da Amazônia brasileira, com as inúmeras vantagens e desafios característicos deste bioma. Neste cenário, o apoio a produção de cacau, açaí e outras culturas têm papel de destaque, junto com questões de inserção no mercado.

O governo do Estado lançou ano passado o “Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Pará (Plano Estratégico Pará 2030)” que foi desenvolvido junto com diversas organizações públicas e privadas. No diagnóstico deste Plano, foi auferido que a agricultura familiar do Estado já é relevante em termos de PIB e emprego, e que programas de Governo podem aumentar a área plantada e produtividade. Adicionalmente, o Plano tem o objetivo de promover a inclusão de agricultores familiares por meio de assistência técnica, capacitação e oferta de crédito. A Agroicone está desenvolvendo análises econômicas e espaciais para guiar o desenvolvimento verde da agricultura paraense e, como parte deste projeto, pesquisadores conversaram com especialistas locais e fizeram visita de campo no início de fevereiro.

As cadeias produtivas de grãos (soja e milho), pecuária de corte, florestas plantadas, palma de óleo, cacau, açaí e agricultura familiar são o foco do estudo financiado e coordenado pela TNC, organização com longo histórico de atuação em apoio ao desenvolvimento sustentável do Pará. Estão sendo elaborados cenários de uso da terra e estimativas de custos de implantação da agenda de desenvolvimento verde para as atividades foco no Estado. Entre elas, a produção de cacau é identificada com grande potencial nesta agenda por diversos fatores: alto uso de mão de obra, cultivo associado a vegetação nativa (inclusive nas áreas de Reserva Legal), demanda forte e em expansão, rentabilidade atrativa, entre outros.

O aumento da produtividade é chave para produtores, especialmente para a agricultura familiar obter boa renda e, para tal, assistência técnica é primordial. Leila Harfuch e Karine Costa, pesquisadoras da Agroicone, visitaram produtores de cacau e uma fábrica de chocolate artesanal em Medicilândia, e viram os desafios da produção na prática.  “O objetivo principal da fábrica, inicialmente, é mostrar a qualidade do cacau da região, nem tanto a produção do chocolate em si. E já estão obtendo bons resultados, inclusive com reconhecimento internacional” diz Leila Harfuch, pesquisadora e gerente-geral da Agroicone.

Ao conhecer a produção em Medicilândia e órgãos de pesquisa e extensão em Belém, Embrapa Amazônia Oriental e Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), ficou evidente que produtores de cacau precisam de mais apoio para alavancar produção e renda.  O Fundo de Apoio à Cacauicultura do Estado do Pará (FUNCACAU) é o instrumento para dar esse apoio, mas ainda precisa chegar de maneira mais efetiva aos produtores.

Os resultados do estudo da Agroicone indicarão a alocação eficiente do uso da terra de modo a acomodar os objetivos do Plano Pará 2030 com as metas de redução de desmatamento e cumprimento do Código Florestal. Os custos e investimentos necessários também serão estimados e, nesse caso, políticas públicas específicas, tais como as previstas para o FUNCACAU, poderão ser melhor desenhadas.

 

Caminhos do desenvolvimento verde na Agenda do Pará 2030

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