Crédito: Wolfgang Ehrecke por Pixabay

Produção de aves e suínos atende mercado interno e exportações, mostra estudo da Agroicone e ABPA

Primeiro exportador de aves e quarto exportador de suínos, o Brasil tem autossuficiência para abastecer um mercado interno de 210 milhões de pessoas, que consome 69% da produção de carne de frango e 82% da carne suína. Um terço da produção anual de 13,2 toneladas de frango brasileiro vai para 150 mercados como China, Japão, Arábia Saudita, África do Sul e Iémen, e pode alimentar mais 186 milhões de pessoas. Da produção de 4,1 milhões de toneladas da carne suína, 18% vai para 90 países e pode alimentar mais 37 milhões de pessoas.

São números que expressam a importância da indústria nacional para o abastecimento de alimentos que são fontes nutritivas de proteína, aminoácidos, cálcio e vitaminas A, B12 e D (os dois últimos não fornecidos por fontes vegetais). Considerando o consumo interno e externo, o Brasil pode alimentar 396 milhões de pessoas com carne de frango e 247 milhões de pessoas com carne suína.

Segurança alimentar e sustentabilidade da indústria de proteína animal foram os parâmetros do estudo realizado pela Agroicone junto com Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Verificou-se que o custo de uma dieta baseada nas necessidades recomendadas de proteína é menor se comparamos carne suína e de frango com fontes vegetais.

No Brasil, o gasto necessário para o consumo recomendado de proteínas pode variar de US$ 15,91/mês (frango) a US$ 25,97 (suíno). O custo para o mesmo consumo de proteínas é maior se considerados alimentos como soja (US$ 118,37/mês), lentilha (US$ 58,33/mês) ou grão de bico (US$ 138,07/mês), por exemplo.

A alternativa pela proteína animal representa vantagem no orçamento para muitas famílias e contribui para a segurança alimentar. “Comparando o menor custo da quantidade mínima recomendada de proteínas nos mercados de Brasil, Índia, Estados Unidos e União Europeia, a variação é de US$ 15,9 a US$ 61,7/mês numa dieta com frango ou suíno e de US$ 48 a US$ 270 numa dieta vegetariana, ou seja, a alternativa da proteína animal tem preços 3 a 5 vezes mais acessíveis”, observa Luciane Chiodi, sócia da Agroicone que coordenou a pesquisa.

Sustentabilidade da indústria – O estudo analisou a sustentabilidade da indústria de aves e suínos no Brasil. Observou-se um aumento significativo de eficiência mensurado em um período de nove décadas (1930-2016), com a redução do tempo de abate, aumento de peso e conversão alimentar. A produtividade cresceu, com redução dos custos para os produtores. “Atualmente, o frango é abatido aos 40 dias com 2,4 kg e com taxa de conversão alimentar de 1,6 kg de ração/kg de carne. Na década de 60, o frango era abatido com 56 dias e eram necessários 2,25 kg de ração para produzir 1 kg de carne”, compara Luciane.

Entre os fatores que contribuíram para essa evolução estão os insumos de ração animal, que se tornaram mais sustentáveis. A fonte de alimento para aves e suínos é composta por milho e soja (90%), sendo mais de 60% por milho e até 25% por soja. Diferentemente do passado, a utilização do milho atualmente é concentrada no plantio de segunda safra, que em 2018 chegou a 66,8% do total. Dessa forma, foi possível aumentar a produção do milho sem expansão de área e com benefícios para o solo.

Além disso, como resultado de um alto nível de biossegurança nas plantas de produção e vigilância, o Brasil é um país livre de Influenza Aviária, o que representa um diferencial de segurança no mercado internacional. O país também é livre da Peste Suína Africana. No caso da Peste Suína Clássica, o Brasil tem o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença em 15 estados e no DF, e está em fase de erradicação, segundo Plano Estratégico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em 9 estados das regiões Norte e Nordeste.

Leia o estudo na íntegra.

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